Um Oasis

29 de setembro de 2002

A ausência daqueles animais estranhos,….não sei de que maneira agüentam. Enquanto mui raramente aparecem, deixam o deserto mais bonito. Ao olhar para o horizonte, um infinito de areia, seu calor é escaldante e a impressão que me passa é que não existe OASIS de águas frescas.

As minhas pernas estão fracas e minha garganta muito seca, o risco que eu corro é que nunca o conheça de fato. Deus grande e poderoso entre com providência, antes que minha fraca fé não suporte e também desapareça.

Um OASIS para o Senhor é como um estralar de dedos, mas cada segundo de deserto é grande pesadelo.

Eu sei que suas mãos poderosas já estão construindo este OASIS e o pedido que eu faço é que o Senhor me sustente para este momento extraordinário.

Molhe um pouco a minha boca, tenho aprendido a lição do desperdício, massageie as minhas pernas e prolongue os dias das minhas sandálias, para que eu possa transpor aquele monte que tem impedido de ver TEU OASIS

Assim que eu lá chegar, me refrescarei em suas águas e retornarei para o deserto, pois o OÁSIS é APENAS MAIS UM PONTO de parada.

A questão da geografia e os territórios não estão a

cima de sua ONIPRESENÇA, e olhando para as desgraças dos vales de morte, temos que clamar pelo Senhor da ONIPOTÊNCIA. Conhecendo nossas mentes, com sua grande ONISCIÊNCIA, o Senhor prepara para nós, um deserto de casas, fábricas, escolas e ruas com pessoas assustadas com tanta violência e solidão. A nossa sabedoria humana cai por terra e nos revela fragilizados e percebemos novamente que o deserto está por todo lado, por todo lado.

Deus é relacional, uma comunidade de tres amigos que nos criou a sua imagem e semelhança, seres relacionais para o comunitário, precisamos de relacionamento e vínculos de amizade e amor para nossas jornadas desérticas.

A Santíssima Trindade é uma loucura, um absurdo na qual eu creio, nosso maior exemplo de relacionamento de amor que se revela quando vai com a gente para o deserto para desenvolver em nós amizade madura.

É no silêncio deste deserto, no meio da cidade, no transporte lotado, nas calçadas frias de SP, no leito do hospital, na despedida dos velórios, nos abandonos e dores da senilidade são lugares de ouvir Deus, conhecer seus lagos, sombras, brisas refrescantes e suas mesas fartas e prontas para as generosas partilhas.

E agora o que falta para pegar suas ferramentas de amor, nossas marmitas, cobertores e politicas públicas dignas, água fresca - não- privatizada, sempre com a toalha e bacia do Evangelho de Jesus sendo servo dos servos, com prazer e muita obediência e uma alegria inexplicável e contagiante.

A seara é muito grande e poucos são os ceifeiros, por isso rogamos ao Pai Bondoso e Misericordioso que envie mais ceifeiros e ceifeiras. O deserto é o nosso campo missionário, os OÁSIS os refrigérios para seguirmos avante. Quando enfim chegar o dia e o Senhor me fizer a chamada chegaremos juntos na Cidade do Messias do Ano do Jubileu Eterno.

Aleluia!!

Encontraremos os rostos do deserto onde esperançamos a Governança de Justiça e Paz de Jesus de Nazaré, o Cristo ressurrecto, será um grande privilégio a hora que contemplarmos o nosso Deus que se fez humano para resgatar a nossa humanidade e nos ensinar a ser gente.

O Senhor é bom e eterna a sua bondade e a sua verdade se estende de geração em geração, de deserto em deserto, de oásis em oásis.